Crônicas
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José Solon Sales e Silva
Titular da Cadeira Nº 34 - Patrono: Cônego Francisco José Aragão e Silva

 

            Corria o dia 08 de fevereiro de 2022, data em que o Sr. Bené para nós e para o mundo civil Benedito Augusto da Silva Filho (1940/2022), transpôs a barreira da vida para uma vida mais elevada, conforme o grande arquiteto do universo. Pessoa digna, responsável, ilibada, pai amoroso, avô carinhoso, dedicado.

            Com sua consorte, Dona Nina, geraram os filhos e filhos virtuosos. Dentre eles destaco a fidalguia e maestria de uma filha professora, mas sobretudo educadora. Diana, nome de deusa grega, também conhecida como Ártemis, entre os romanos, foi divindade responsável pelas atividades da caça. Só que esta Diana, a quem me refiro sempre foi responsável pelas atividades de educar e bem educar, não só seus rebentos, mas a todos os alunos que passaram e passam por suas mãos.

              Mulher agregadora, ser iluminado na arte de educar e educar também filhos de outrem. Digo isso não por pieguice, mas por convicção de pai que teve e tem seus três filhos, em parte, ajudados a serem educados por ela. Perdoem os demais irmãos de Diana, mas como diz o ditado, pelos filhos se conhecem os pais. Tenho convivido com Diana há décadas, pelo menos duas, no âmbito profissional e o profissional não se dissocia do ser. Somos, enquanto profissionais, nos mesmos.

              Seus irmãos, não sei a ordem de chegada a este mundo, são Alzira, Luiz, Ricardo, Silva Neto e Emerson, certamente tão dignos quanto a irmã Diana, pois são filhos de Bené e Nina, portanto receberam dos pais a mesma educação. Somos pais que educamos do mesmo modo.

            Estes filhos deram netos e os netos gerarão bisnetos. Daniele, Rafael, Karoline, Sthephanie, Ariadne, Adriele, Kadinho, Emerson Filho e Sabrina. Os bisnetos? Sabe-se Deus quantos, mas de um, Lucas, já temos certeza. Já, já lhes conto o porque do título desta crônica.

           Dos netos de seu Bené conheço e convivo com um deles, há aproximadamente vinte anos. Rafael e Solon Neto, meu filho primogênito, foram colegas de escola, “a Escola da Vida”, desde os primeiros encontros não deixaram mais de se conviver. E os meninos da escola vinham sempre em nossa casa, além do Rafael, o Diego, a Mayra, o Felipinho, como nós tratamos o Felipe, a Cíntia, que depois casaria com o Rafa. Hoje, encontrei todos eles homenageando o seu Bené e afagando a dor de todos da família, mormente do Rafael.

            Pois bem, por desígnios de Deus está preciosa família comemora datas. E como seu Bené gostava de festas! Não errei a palavra, comemora mesmo, pois para nós, católicos a morte é a passagem para o paraíso e deve sempre ser comemorada.

           Vejam que datas curiosas, o Rafael comemora sua data de nascimento a este plano no dia 07 de fevereiro. Seu avô querido realiza sua passagem em 08 de fevereiro e seu primeiro bisneto, primeiro filho do Rafael e da não menos querida, Cíntia, chega a este mundo no 10. Tudo em fevereiro. Curiosidade? Diria desígnios de Deus. Sr Bené partindo e Lucas, o bisneto, chegando dois dias depois. Vida indo, vida vindo, completude, sem metades.

            O humano é tendencioso ao egoísmo. Queremos sempre tudo e todos e esquecemos que nossas vidas têm propósitos. Hora de nascer, de plantar, de colher e de encerrarmos as missões. Umas se encerram enquanto outras se iniciam. Etapas, funções, tempo de ir e vir. Ciclos.

            Uma palavra única nos idiomas ditos modernos e existente somente no léxico português é saudade. Sentimento que traz grata lembrança de pessoa ausente de um momento passado. Saudades do Sr. Bené, sentimento de gratidão, certeza de deveres cumpridos por todos da família. Alegria de todos em receber o Lucas, que, por questão de dois dias não foi contemporâneo de seu bisavô paterno.

           A contemporaneidade não anula os ensinamentos dos ascendentes, que se perpetuam nos descendentes, filhos, netos e chegam indubitavelmente aos bisnetos. Valores são inatos ou são transmitidos e ensinados aos que vem depois? O exemplo é sempre o melhor caminho. Sr, Bené, amou e ensinou, exemplificou e por muito pouco não foi contemporâneo do primeiro bisneto. Propósitos divinos!

         Coco, 09 de fevereiro de 2022.