José Solon Sales e Silva
Titular da Cadeira Nº 34 - Patrono: Cônego Francisco José Aragão e Silva
Aromas inconfundíveis emanam dos cachos de flores da pitombeira. Cachos delicados com flor minúscula depreendidas nas pontas dos galhos. Vingando aparecerão inúmeras pitombas em forma de cachos. Fruta da minha infância, perfume da minha alma. Impossível descrever tal perfume, possível percebê-lo pela memória afetiva de sentimento de pertença.
Corriam os dias do mês de outubro, mês da floração da Talisia esculenta. Esta árvore se apresenta desde a região Amazônica até a Mata Atlântica, do Nordeste do Brasil ao Rio de Janeiro. Que fruta singular. Seus caroços são revestidos por uma fina camada suculenta adocicada e um tanto ácida. Deslizam na boca como o vai e vem de valsantes. Deliciosa fruta tropical só encontrada pelas nossas bandas.
A árvore da pitombeira atinge até 12 metros de altura e na serra da Ibiapaba, pras bandas do Ipu “dá pitomba como xuxu na serra” no dizer do meu povo daquelas paragens.
Esta quase chegando sua floração, esta quase chegando o gosto de infância e o gosto da vida toda, esta chegando a safra natural da pitomba, fruta singular, inconparável, doce, acridoce, melenta, macia, suculenta. Ah! A pitomba.