Fundação 14 de janeiro de 2006 Entidade de utilidade pública Lei municipal nº 284, de 23 de maio de 2011 |
Francisco de Assis Martins
Titular da Cadeira Nº 15 - Patrono: João Anastácio Martins
Maria Silonildes de Mesquita
Titular da Cadeira Nº 38. Patrono: Oséas Martins
Bye - Bye" meu casaco!
João Rodrigues Ferreira
Titular da Cadeira Nº 18. Patrono: José Itamar Mourão.
Viagem Literária
Através das letras, conheci o mundo sem nunca ter saído de meu país. Jamais cruzei a fronteira física de minha nação, mas sempre viajo no universo da literatura e visito grandes autores da literatura mundial. E, em silêncio, trocamos confidências e discutimos os mais diversos assuntos: literatura, poesia, sonhos e loucuras. Sim, o poeta é louco, o escritor é louco – o mundo é louco. Assim me disse Freud em uma tarde de chuva em seu divã. Shakespeare também me assegurou isso enquanto tomávamos um vinho em Veneza e batíamos um papo com Romeu e Julieta. Eu não acreditava muito em loucura até passar um fim de semana na Casa Verde de Itaguaí (graças a Deus o médico não me viu por lá), indicado por Brás Cubas; é, aquele mesmo que escreve do além; e adivinhem quem encontrei por lá: Dom Quixote de La Mancha em seu cansado pangaré Rocinante, e me contou muitas histórias de sua amada Dulcinéia, enquanto Sancho Pança tirava uma soneca.
Francisco de Assis Martins
Titular da Cadeira Nº 15 - Patrono: João Anastácio Martins
“Sinos coração da aldeia”
Coração sino da gente
Um a sentir quando bate
Outro a bater quando sente”.
E a cidadezinha do interior perdeu as batidas de seu coração. O SINO emudeceu e o povo chora seu silêncio.
De repente o sino a Igreja parou de tocar. Não repicava quando morria um anjinho, soava compassadamente nas horas dos funerais, não anunciava a chamada das missas, não badalava na hora do ângelus. Havia um silêncio triste na Igreja Matriz, porque o sino parou de tocar. O velho sineiro, de barbas brancas, acostumado dar a vida ao bronze, nas manhãs de outrora, chorava em silêncio e se recusava a falar no assunto. O Padre, um ancião de 86 anos ficava zangado se alguém pedisse pra ele que fizesse vibrar o sino outra vez. O sino emudeceu é estava triste de verdade.
Procurei saber o motivo de tanta resistência em encobrir um assunto que o povo precisava conhecer. Busquei uma conversa com o acólito, com um carismático e nada. Certo dia na hora do sermão da Missa das 7 horas foi o próprio Padre (O Terrível Moraes) que fez a confissão do silêncio do sino da Igreja. Estava terminantemente proibido o sino da Igreja tocar por causa da teimosia do Sacristão em tocar a chamada da Missa atrasada. Perguntei ao sacristão, pessoa culta, bem educada, filho de sacristão, fiz a pergunta pra ele puxou o relógio de algibeira e falou:” só toco o sino pelo meu relógio”. Estava descoberto o mistério do silencio da Igreja.
Dizem os fogueteiros que o Padre Moraes andava danado da vida porque o sacristão só tocava o sino com atraso de 10 minutos, e por pirraça ele começa a Missa 10 minutos adiantado. O Povo estava chegando à Igreja 20 minutos de atraso e se deu uma tremenda confusão, coisa peculiar do Moraes. Algumas beatas foram reclamar do Padre a confusão do horário. Após a Missa o Padre o sacristão e falou: “olhe, você tem que bater a chamada da Missa no horário certo, ouviu”?
- E quem lhe disse que eu bato Errado? Aqui está o meu relógio. Herança do meu Pai. Bato por ele porque ele nunca atrasou.
- Pois aqui está o meu também, herança do meu avô. E os dois ficaram discutindo hora e horas as horas de seus relógios de algibeira, herança de seus antepassados. Pareciam duas crianças birrentas diante de um brinquedo de estimação.
Moral da história:
Maria Silonildes de Mesquita
Acadêmica Titular da Cadeira Nº 38
INSTÁVEL
FRANCISCO ANTÔNIO
Nomear os filhos já foi tarefa de tradição. Cultuar a tradição e o respeito já se foram em tempos idos. Nomear um filho de Francisco Antônio era muito desprendimento e simplicidade.
Pois bem, meus pais deram este nome ao seu filho primogênito. Fidalgos, elegantes, discretos e simples escolheram este nome para seu primeiro filho varão, Francisco Antônio. O prenome veio do fundador da ordem dos franciscanos. Despojado de qualquer vaidade. Antônio, que foi Fernando seguiu a humildade e simplicidade do fundador. Pois não é que Francisco Antônio casou-se três vezes e gerou cinco filhos.
No entanto, simples e humilde viveu seus bons 79 anos. De uma simplicidade franciscana por toda a vida, de um amor pleno, de uma humildade sem par, Francisco Antônio. Dizem que herdamos as características do nome. Foi homem exemplar pautado na simplicidade e integridade. Dicotômico entre a simplicidade e a erudição.
Francisco Antônio, o mais velho dos meus irmãos um Pereira da Silva íntegro e bom gourmet. Pior defeito foi gostar de umas e a melhor qualidade a delicadeza e leveza do ser, do viver na simplicidade. Foi pleno, tranquilo e elegante. De choro fácil e de sorriso farto. Humilde até na hora de morrer, em Canindé, terra dos romeiros franciscanos, terra dele pelo nome.
Francisco Antônio ou Chico Antônio, para nós. Francisco Antônio, sempre, para nossa mãe. Francisco para os irmãos, painho para a filha caçula. Exemplo, sobretudo, de humildade.
Ah! Meu São Francisco, nosso santo protetor. Ah! Chico Antônio ou Francisco Antônio, privilegiado desde o nome. Francisco, meu querido irmão.
Coco, 12/11/2021
José Solon Sales e Silva
Titular da Cadeira nº 34
José Solon Sales e Silva
Titular da Cadeira nº 34
João Rodrigues Ferreira
Titular da Cadeira nº 18
Francisco de Assis Martins
Titular da Cadeira nº 15