Belchior Chaves
lágrimas da bica do Ipu
Um dia a palma
Do escritor escreveu,
Uma das belas história
Que o mundo já leu.
Assim como Deus
Inspirado criou a Terra,
Fez a graúna voando
No vôo rasante na serra.
O filho de Messejana
Bebeu na fonte da inspiração,
Observando as matas
E o encanto do sertão.
E no meio de animais
A filha de Araquem,
Cheia de beleza pura
Era uma flor também.
A Virgem de lábios de mel
Nas matas do Ipu percorria,
Guardando o segredo
Que em seus lábios havia.
Que um dia por entrave
Do vento do forte destino,
Martins Afonso o desbravador,
O segredo da filha dos tabajaras
Se revelou, nascendo Moacir o filho da Dor.
E dessa bica que
Banhou a Virgem Iracema,
Era água de fonte da inspiração,
Brotando tão belos poemas.
Mas é pena que nesse
Século na modernidade,
Em quarentena esteja
Essa tão linda cidade.
Como a água da bica
São as lágrimas da mãe natureza,
Clamando ao pai Criador
Diante de tanta malvadeza.
Onde está a caridade
Em querer fazer o bem,
O povo humilde clamando
Pela ajuda que não vem.
Aplauso, aplauso, oh aplausos
Para esse espetáculo triste,
Uma piada sem graça
Será que pelo povo ninguém existe?
Pois o afortunado com sua
Mesa farta na qual come,
O pobre sem poder trabalhar
Chega até passar fome.